Capacitar os outros para a vida. Este é o principal objetivo do terapeuta ocupacional, um profissional da área da saúde que trabalha em prol da promoção do bem-estar e qualidade de vida de pessoas de todas as idades, capacitando-as para a ocupação, para o dia a dia, para a vida.
“Para isso, tem em conta o desempenho e o envolvimento ocupacional de cada pessoa, nas ocupações que considere mais significativas, avaliando e intervindo ao nível de três dimensões: a pessoa, a ocupação e o ambiente. Estas ocupações poderão estar relacionadas com os auto-cuidados (tomar banho, vestir/despir, alimentação, entre outros), com o lazer (atividades de entretenimento) ou com a produtividade (emprego, voluntariado, atividades que contribuam para a comunidade/sociedade)”, conta-nos a terapeuta ocupacional Ana Matis num comunicado enviado às redações.
A profissional do NeuroSer, Centro de Diagnóstico e Terapias para Alzheimer e outras patologias neurológicas, destaca que um terapeuta ocupacional “atua com utentes desde recém-nascidos até idosos, em áreas tão diversas como a saúde mental, a reabilitação física, a neurologia, entre outras. Esta diversidade deve-se ao foco primordial da intervenção ser a ocupação, um aspeto transversal a todas as faixas etárias, uma vez que nos envolvemos constantemente em diferentes ocupações ao longo da vida”.
Naquele que é o Dia Mundial da Terapia Ocupacional – que se celebra desde 2010 -, Ana Matias fala da importância desta área da saúde no tratamento de patologias do foro mental, uma vez que, diz-nos, “a neurologia é área de intervenção da terapia ocupacional, com uma abordagem em patologias como a demência, a doença de parkinson e os parkinsonismos atípicos e o acidente vascular cerebral”.
Quanto às demências, por exemplo, o terapeuta ocupacional “privilegia a intervenção em pequenos grupos, com o objetivo de promover o envolvimento em atividades prazerosas que se relacionem com a identidade ocupacional individual de cada um dos utentes e que respeitem as suas competências remanescentes, diminuindo a sua frustração sentida no dia-a-dia e promovendo a sua socialização e o bem-estar”, explica, salientando que o tipo de terapia varia de patologia para patologia e, claro, de pessoa para pessoa. No caso da doença de Parkinson, refere, a intervenção passa por concentrar as atenções no “desempenho nas atividades de vida diária, a manutenção de um envolvimento satisfatório das atividades lúdicas, a análise de possíveis adaptações ocupacionais e ambientais, entre outros”.
Tal como acontece com qualquer outro trabalho da área da saúde, também o de um terapeuta ocupacional beneficia de uma aliança multidisciplinar, em que o paciente é cuidado por “médicos, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas da fala, entre outros”.